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Queridos CEOs: A realocação de capital para empresas sustentáveis chegou!

31.07.2020

Impulsionada pelas dezenas de reportagens que li nas últimas semanas sobre investimentos sustentáveis, ou, o que muitos têm chamado de investimentos em empresas com cultura “ESG” (sigla para Environmental, Social and Governance), resolvi me aprofundar no assunto e entender o movimento. Nesse processo de imersão e na tentativa de encontrar o núcleo duro da discussão, lembrei da fábula dos três porquinhos – que, na minha opinião, ilustra bem o tema.

Vamos lá: se você tivesse que apostar seu dinheiro em uma das três casas que resistiria ao sopro do lobo mau, em qual você apostaria? E se os dois porquinhos mais novos tivessem a chance de reconstruir suas casas, como você acha que eles fariam? Na fábula, a casa de tijolos se mostra a mais resiliente frente ao perigo do grande lobo mau. 

Fazendo um paralelo com o que estamos vivendo hoje, a Covid-19 está para o lobo mau como as empresas sustentáveis estão para a casa de tijolos. A crise colocou uma lente de aumento nas questões entre as companhias e seus stakeholders. Como as companhias estão gerindo sua relação com seus empregados, seus clientes, o meio ambiente e a comunidade dirá muito sobre como elas passarão pela crise.  Empresas que satisfazem melhor seus diversos stakeholders têm uma probabilidade maior de sobreviver a longo prazo e isso impacta na análise risco/retorno do investimento.

Numa carta aberta postada recentemente, Larry Fink, CEO da BlackRock, a maior gestora de recursos do mundo, responsável por investir e gerir aproximadamente US$6.52 trilhões, dirige-se aos presidentes de todas as empresas do mundo para falar sobre o tema. A introdução é doce: “Queridos CEOs”, mas a mensagem é amarga.  Na carta, ele afirma que uma empresa não pode alcançar lucros a longo prazo sem considerar as necessidades de uma ampla gama de partes interessadas. Que os investidores estão cada vez mais considerando as questões climáticas, sociais e de governança como riscos de investimento. E que, empresas que não enfrentarem os riscos da sustentabilidade, encontrarão um crescente ceticismo por parte dos mercados e, por sua vez, um custo de capital mais elevado. Ao passo que, empresas que defendem a transparência e demonstram sua capacidade de resposta às partes interessadas, ao contrário, atrairão investimentos de forma mais eficaz, incluindo capital de maior qualidade e de longo prazo.

Mas será que as empresas estão entrando na onda ESG para trocar “valores” por “valor”? Em outras palavras, elas querem se tornar mais sustentáveis e transparentes em razão do maior valor intrínseco que vão gerar nas suas ações?

Eu creio que não. Acredito que a crise veio mostrar que a casa de tijolo é realmente a melhor opção, ainda que leve mais tempo para montar e dê mais trabalho.  O propósito deve sim ser um propulsor dos negócios!

Por Renata Simon, sócia do Candido Martins Advogados
[email protected]

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