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Novas aventuras das startups: venture debt

01.07.2022

 O venture capital, modalidade de investimento em empresas que possuem grande potencial de crescimento, teve forte alta nos últimos anos. De acordo com a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), o Brasil é atualmente o país com o maior mercado de venture capital na América Latina, tendo alcançado R$ 153,2 bilhões de capital nesse molde, um aumento médio de 28% ao ano.

Apesar dos números expressivos, nos últimos meses vemos uma forte redução dos investimentos nessa modalidade, em grande parte em razão de questões macroeconômicas como retração global da economia e alta dos juros, causando uma menor disposição de fundos de injetar dinheiro em empresas de risco. Mas não só. Os fundos de venture capital mudaram o racional para a tomada de decisão de investimento: a capacidade de crescimento acelerado (scale up), que foi nos últimos tempos o grande fundamento de investimento dos fundos de venture capital no Brasil, deu lugar à capacidade da empresa de gerar riqueza ao seu acionista (métricas de EBITDA).   Ou seja, o capital ficou mais caro e mais escasso.

Nesse cenário, as startups estão tendo que se reinventar para conseguir capital, o que favorece outro mercado, o de venture debt. Esse modelo se diferencia do venture capital por se tratar de uma dívida propriamente dita, muitas vezes sem a opção de conversão em equity.  O venture debt, normalmente, possui um custo mais alto que um financiamento comum, atrelado a um prêmio caso a empresa atinja certas métricas financeiras, ou mesmo caso ocorra um evento de liquidez da empresa. Costuma-se exigir garantias superiores ao valor contratado, como recebíveis de clientes e garantias reais sobre ações ou bens da empresa.

O primeiro grande movimento do mercado de venture debt brasileiro começou um pouco antes da pandemia, mas tomou corpo e tamanho no decorrer dela. Teve um declínio no ano passado com um cenário de juros baixos, crescimento do mercado de capitais e grande liquidez. Agora, volta a ser uma boa alternativa às startups e empresas em crescimento acelerado no geral. Temos visto não apenas fundos e family offices com interesse em dar crédito, como também bancos tradicionais criando produtos para esse mercado.

Entretanto, apesar de ser uma boa alternativa de captação pelas startups brasileiras, tendo em vista vantagens como a não diluição dos sócios, um rápido aumento na liquidez da empresa e prazos mais condizentes com a vida das startups, é necessário cautela.

Toda empresa que pretende se aventurar no mercado de dívidas necessita de um planejamento adequado, com a assessoria de profissionais qualificados, para que as vantagens do venture debt venham a se tornar um real propulsor para elas, e não uma bola de neve de juros.

Por Felipe Lebovits Barreto

Associado de Candido Martins Advogados.

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