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As sequelas da pandemia nas operações de M&A

26.01.2021

Apesar das expectativas negativas em decorrência da crise gerada pela covid-19, as operações de M&A cresceram no Brasil em 2020 comparativamente aos anos anteriores, conforme aponta estudo da PWC sobre o tema.  Apesar do volume ter crescido, não podemos deixar de notar as sequelas que a pandemia tem deixado nessas operações.

Do lado do investidor, a queda da confiança foi marcante. 2020 foi um ano em que tivemos grande variação dos resultados das empresas, comparativamente aos anos anteriores. Essa variação foi tanto para baixo (para aqueles setores que sofreram com a pandemia, como o do comércio e da indústria em geral) como para cima (para aqueles que se beneficiaram com a pandemia, como tecnologia, saúde e serviços).  

As incertezas dos resultados futuros das empresas dificultaram a precificação dos ativos pelos investidores e, consequentemente, geraram maior desconfiança quanto à sua performance.  O reflexo foi um desalinhamento natural do preço ofertado pelo investidor e a expectativa de preço por parte do vendedor/empresa alvo.  Com frequência, foram criados nas negociações incentivos para diminuir essa lacuna, como os chamados “earn-out” (prêmios de performance futura).

Do lado da empresa alvo e vendedores, a insegurança aumentou bastante também. Negociação é essencialmente sobre interação humana. A ausência de encontros presenciais causou uma falta de empatia inicial entre as partes envolvidas, exigindo mais tempo de conversas entre as partes para que elas conseguissem vencer a barreira do virtual

Você certamente não teria dificuldade de vender uma cadeira num site de anúncios a um total estranho, mas vender seu negócio ou arrumar um sócio sem você nunca ter encontrado o investidor pessoalmente pode ser um tanto estranho.  Pois ano passado muitas transações foram fechadas sem as partes sequer terem se encontrado fisicamente uma única vez. Trocar o famoso “olho no olho” e o “aperto de mão” por uma videoconferência e um brinde virtual não é tarefa fácil! Não raro essa situação criou, num primeiro momento, desconforto e insegurança, principalmente para quem estava vendendo do lado vendedor. O afastamento social foi um grande ofensor para a negociação, causando o prolongamento das negociações e muitas vezes seguindo para caminhos mais conservadores.  Mas, não foi suficiente para frustar a maioria das transações, que, como vimos, cresceram em 2020 comparativamente aos anos anteriores. No final, houve uma adaptação de todas as partes à nova realidade imposta pela pandemia, mudanças que ainda veremos nos próximos meses.   

2021 chega com a esperança da vacina e talvez a retomada de negociações presenciais, trazendo uma maior estabilidade na economia e nos negócios. Mas, até que isso se normalize, vamos ter de aprender a conviver as essas sequelas que a pandemia tem deixado nas operações de M&A!

Por Renata Simon, sócia do Candido Martins Advogados
[email protected]

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